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ENTREVISTA
ELISEU PAGLIOLI
O neurocirurgião Eliseu Paglioli Neto calcula ter feito cerca de 7 mil cirurgias em pacientes com epilepsia. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com 33 anos de profissão, já operou em hospitais em diferentes partes do mundo, como Irã, Chile, Uruguai, Alemanha. No Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre, faz parte
do Programa de Cirurgia de Epilepsia. Neto e filho de neurocirurgiões e pai de um doutorando na área, Paglioli fala nesta entrevista sobre o impacto das novas tecnologias em uma das mais delicadas áreas da saúde, a neurologia.
A sua área, a neurologia, é uma das mais impactadas pelos avanços tecnológicos. Como avalia essas transformações?
As maiores mudanças foram na etapa do diagnóstico. A medicina tem duas etapas: diagnosticar e depois tratar o problema. Quando
a gente quer fazer o diagnóstico
– e desde o início do século é
assim – é importante ter o exame clínico, os sinais externos, mas
isso vai até certo ponto, não tem como avançar. A Medicina sempre procurou métodos mais precisos para localizar a fonte do problema, já que todo tratamento começa com um bom diagnóstico. No início foi
o raio-X, depois a tomografia. Nos últimos tempos a maior mudança,
e que ninguém imagina hoje em dia fazer um diagnóstico sem usar, é a ressonância magnética. Nos últimos cinco anos houve um avanço ainda maior. A ressonância permite examinar um paciente sem agressão e determinar o tamanho e o local exatos do problema.
Agora existe a ressonância magnética funcional. É possível ver o funcionamento do cérebro ao vivo, cada área trabalhando. Ver a área da memória, por exemplo.
O médico pode mostrar a imagem de um objeto qualquer para o paciente e perguntar o que é aquilo.


































































































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